Com a sedentarização e a prática da agricultura, o Homem apercebe-se e regista a periodicidade de diversos fenómenos: o movimento diurno aparente do Sol, a revolução da Lua, …
O tempo passa a ser contado. O início do ano coincide com fenómenos importantes para cada comunidade: o Solstício de Inverno, o Equinócio da Primavera ou o Equinócio do Verão.
A época dos deuses, das primeiras cosmologias, dos modelos do Universo baseados na crença nos mais diversos deuses.
Os Maias desenvolveram três calendários e diversos monumentos construídos de acordo com alinhamentos astronómicos.
Os Egípcios desenvolveram um calendário administrativo e um calendário religioso, dividindo o ano em três estações à medida do rio Nilo: a estação das cheias, a estação das sementeiras e a estação do crescimento.
Os Babilónios interpretavam os fenómenos celestes anormais como bons ou maus presságios. Conheciam os ciclos do Sol, da Lua e dos planetas.
Os Gregos procuram, pela primeira vez, uma explicação para os fenómenos naturais na própria natureza e não no sobrenatural.
No período áureo da Civilização Grega, a Astronomia como as outras ciências, era baseada na Geometria e na Filosofia, tendo chegado a resultados fundamentais para o desenvolvimento científico que hoje observamos. Na base dessa evolução, estão alguns nomes de matemáticos e filósofos famosos como Tales de Mileto (636-546 A.C.), Pitágoras, Anaxágoras, Platão, Aristóteles ou Ptolomeu, entre outros.
Dos resultados então descobertos, alguns são, ainda hoje, impressionantes: a previsão de um eclipse por Tales na década de 580 A.C., a elaboração de cartas celestes e cartas geográficas ou a conclusão, por observação da Lua, que a Terra era esférica. Platão (427-348 A.C.), por exemplo, desenvolveu uma das mais importantes teorias astronómicas: a teoria atomista, segundo a qual o Universo é um Macrocosmos constituído por entidades individuais, os Microcosmos.
Porém, a teoria que durante mais tempo vingaria (por imposição da Igreja Católica) foi a de Aristóteles (384-322 A.C.) revista, no séc. II d.C. por Ptolomeu que defendia que a Terra é o centro do Universo -teoria geocêntrica -, tendo à sua volta a Esfera da Lua, a do Sol, as dos Planetas e a das Estrelas.
No séc. VII, inicia-se a expansão árabe pelo Médio Oriente, Norte de África e Península Ibérica. Oa árabes traduzem os manuscritos gregos para árabe e é com base nessas traduções que os conhecimentos da Antiguidade voltarão para a Europa, traduzidos para latim pelos conquistadores europeus do séc. XII. Para além disso, os Árabes criaram também algum conhecimento:
Aperfeiçoaram o calendário lunar, elaboraram tabelas que relacionavam a hora do dia com a altura do Sol e das estrelas e tabelas que permitiam identificar a direcção para Meca dos vários locais com mesquitas. Na Europa, entre os séculos X e XV, pouco se progrediu para além da determinação do domingo de Páscoa – primeiro domingo após a primeira Lua Cheia depois do Equinócio da Primavera.
Galileu Galilei
A REVOLUÇÃO HELIOCÊNTRICA
Nicolau Copérnico (1473-1543) apresenta a sua teoria heliocêntrica: o Universo é formado por um conjunto de esferas concêntricas, centradas no Sol. Esta teoria foi violentamente contestada pela Inquisição que condenou à fogueira alguns dos seus seguidores como Giordano Bruno.
Outros nomes se notabilizaram enquanto seguidores das teorias de Copérnico, baseando as suas investigações na observação dos corpos e fenómenos celestes bem como na experimentação científica: Thomas Digges, Tycho Brahe, Johanes Kepler, Galileu Galilei, René Descartes, Robert Hooke, Christian Huygens ou Isaac Newton.
A ASTRONOMIA DEPOIS DE NEWTON
Na primeira metade do séc. XIX, os astrónomos passaram a interessar-se pelo estudo do Sistema Solar para além da determinação das posições planetárias e de aspectos como os canais de Marte, o ciclo das manchas solares ou o espectro de Sol.
Nesta altura, os astrónomos são profissionais que dominam várias áreas de conhecimento na sua época, nomeadamente a física e a geometria, chamando-se, a partir do séc. XVIII, especialistas em Mecânica Celeste. Apenas na segunda metade do século XIX, com o nascimento da Astrofísica, a Astronomia Estelar deu início ao seu desenvolvimento.
Sputnik 1
A CORRIDA AO ESPAÇO
Entre o final da década de 1940 e o início da década de 1970, o mundo vive momentos de tensão com a chamada Guerra Fria. U.R.S.S. e E.U.A procuram a todo o custo assumir a posição de única superpotência mundial recorrendo a todos os campos, da indústria militar à economia, passando pelo desporto e pela ciência. Também a Astronomia conheceu desenvolvimentos importantes com a corrida ao espaço iniciada pelos dois países. Teve então início uma sucessão de marcos da história da humanidade:
1957, a U.R.S.S. lança o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da Terra. Pouco depois, lançaria o Sputnik 2, com a cadela Laika a bordo.
1958, criação da NASA depois do lançamento do primeiro satélite experimental de comunicações americano;
1961, o soviético Iuri Gagarine torna-se o primeiro homem no espaço;
1969, o americano Neil Armstrong é o primeiro homem a pisar solo lunar;
Finalmente, os dois países decidem rentabilizar esforços e desenvolver uma política comum de conquista do espaço, envolvendo dezenas de nações. O primeiro passo foi dado em 1975 com o primeiro encontro no espaço entre cosmonautas soviéticos e americanos.
O FUTURO É MESMO AQUI AO LADO
A Astronomia atravessa, neste momento, a mais rápida evolução na história da humanidade, desenvolvendo-se inúmeros projectos em que estão envolvidas as mais diversas entidades, cientistas de todas as áreas e de todas as nacionalidades. O objectivo é aprofundar os conhecimentos nos mais diversos campos, desde a Origem do Universo à vida na Terra, a busca de vida (inteligente ou não) fora do sistema solar, conhecimento dos planetas e das leis que regem o Universo, desenvolvimento de tecnologia que permita viver confortavelmente e por períodos cada vez maiores no Espaço, desenvolver técnicas que permitam melhorar a vida na Terra, através dos sistemas de localização, de estudos meteorológicos e de defesa do meio ambiente, etc, etc.
Algumas das missões estão planeadas para breve e contemplam diferentes áreas como o estudo da superfície de Marte (Mars Express) ou o desenvolvimento de um sistema de satélites de navegação europeu (o projecto Galileu) e muitas outras como o desenvolvimento da Estação Espacial Internacional que, cada vez mais servirá de apoio a cientistas e astronautas no Espaço.
Adaptado de clube de astronomia
1 comentário:
Eu adorei este blog. Tem informações muito completas e até vou recolher algumas para utilizar em minhas aulas.
Parabéns!
Um grande abraço!
Marjory
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