31 março 2009

Cintura de Kuiper

A cintura de Kuiper abrange uma região do Sistema Solar que vai desde a órbita de Neptuno, aproximadamente 30 UA do Sol, até a uma distância de 50 UA. Os corpos que aí existem são chamados de objectos transneptunianos. O nome “Kuiper” vem do astrónomo holandês (posteriormente naturalizado norte-americano) Gerard Kuiper. Este astrónomo colocou a hipótese de existir uma cintura de corpos celestes para além da órbita de Neptuno. Essa hipótese veio a confirmar-se já depois do astrónomo ter falecido.
O primeiro objecto da cintura de Kuiper (para além do então planeta Plutão e seu satélite Caronte), foi descoberto em 1992 sendo designado por 1992 QB1, possuindo cerca de 300 km de diâmetro. Desde essa data muitos foram os objectos descobertos. Acredita-se que nesse vasta região, existam várias dezenas de milhares de objectos com diâmetro superior a 100 km. Entre esses existem 4 planetas anões, chamados plutóides por se situarem para além da órbita de Neptuno: Plutão, Haumea, Makemake e Éris. Sendo que Éris não está na cintura de Kuiper propriamente dita, mas sim numa região chamada de disco disperso que entra parcialmente na região da cintura de Kuiper mas vai muito para além desta. Possivelmente esta lista de plutóides não ficará por aqui dada a abundância de objectos de dimensões consideráveis que orbitam nessa região. Orco, Quaoar, Ixion, Varuna e 2002 AW197 que se situam na cintura de Kuiper, Sedna e 2002 TC302 que se situam no disco disperso, são exemplos de candidatos a plutóides. Um grande número de cometas de curto período também tem origem na cintura de Kuiper.
Uma característica muito importante acerca dos corpos de orbitam na cintura de Kuiper é o facto de eles não terem sofrido quase nenhuma alteração desde o início do Sistema Solar. Assim o estudo desta região pode nos facultar pistas muito importantes sobre como era o Sistema Solar no início, há uns 4,6 mil milhões de anos.
Astro-O Universo na Internet

Plutão - Um planeta anão

Plutão é um planeta?

Plutão - Um planeta desclassificado

Até 2006, Plutão foi considerado um planeta principal do Sistema Solar, mas a descoberta de vários corpos de tamanho semelhante e mesmo maiores, no Cinturão de Kuiper, fez com que a União Astronómica Internacional (UAI) decidisse, em 24 de Agosto de 2006, considerá-lo um “planeta anão”, juntamente com Éris e Ceres, o maior dos asteróides.

Plutão passou a ser considerado como o primeiro de uma categoria de objectos trans-neptunianos e foi-lhe atribuído o número 1340340 no catálogo de planetas menores. E mais recentemente, em 17 de Junho de 2008, a UAI decidiu atribuir a estes corpos celestes a nova designação de plutóides (em honra ao antigo nome do despromovido Plutão).


A descoberta do seu satélite Caronte, em 1978, permitiu a determinação da massa do sistema Plutão-Caronte, por meio da simples aplicação da fórmula newtoniana da 3.ª lei de Kepler. O diâmetro de Plutão foi finalmente calculado, sendo equivalente a menos de 0,2 do da Lua. As características físicas de Plutão são, em grande parte, desconhecidas, porque ainda não recebeu a visita de uma nave espacial e a distância a que se encontra da Terra dificulta investigações mais detalhadas. Actualmente a sonda da NASA “New Horizons” (a mais veloz até hoje construída pelo homem) dirige-se para Plutão, cuja atmosfera vai investigar em 2015.
Planetário Calouste Gulbenkian

Tritão - Lua de Neptuno

O Planeta Neptuno

Jornada no Sistema Solar - Neptuno

Neptuno

Neptuno é o oitavo e último verdadeiro planeta a contar do Sol, e o quarto maior (em diâmetro). Neptuno é mais pequeno em diâmetro mas maior em massa que Urano.
Na mitologia Romana, Neptuno (Grega: Poseidon) era o deus dos mares.
Depois da descoberta de Urano, notou-se que a sua órbita não estava em concordância com as leis de Newton. Foi mais tarde previsto que outro planeta mais distante deveria estar a perturbar a órbita de Urano. Neptuno foi pela primeira vez observado por Galle e d'Arrest a 23 de Setembro de 1846. Mais de dois séculos antes, em 1613, Galileu observou Neptuno quando esteve muito perto de Júpiter, mas pensou que fosse apenas uma estrela.
Neptuno foi apenas visitado por uma sonda, a Voyager 2 a 25 de Agosto de 1989. Muito do que sabemos acerca de Neptuno vem apenas deste único encontro. Mas felizmente, observações terrestres e com o Telescópio Espacial Hubble têm proporcionado mais dados de estudo.
Devido à órbita de Plutão ser tão excêntrica, por vezes atravessa a órbita de Neptuno, fazendo deste último o planeta mais distante do Sol durante alguns anos.

A composição de Neptuno é provavelmente similar à de Urano: vários "gelos" e rocha com cerca de 15% de hidrogénio e um pouco de hélio. Tal como Urano, mas ao contrário de Júpiter e Saturno, poderá não ter camadas internas distintas, mas sim uma estrutura mais ou menos uniforme em composição. É também mais provável ter um núcleo pequeno (com aproximadamente a massa da Terra) de material rochoso. A sua atmosfera é principalmente formada por hidrogénio e hélio, com pequenas quantidades de metano.
A cor azul de Neptuno é largamente o resultado da absorção da luz vermelha pelo metano na atmosfera, mas poderão existir ainda outros elementos por identificar que dão às suas nuvens o rico tom azul.
Como um típico planeta gasoso, Neptuno tem ventos rápidos confinados a bandas de latitude e grandes tempestades ou vórtices. Os ventos de Neptuno são os mais rápidos do Sistema Solar, chegando aos 2000 km/h.
E, tal como Júpiter e Saturno, Neptuno tem uma fonte interna de calor -- emite mais do dobro da energia que recebe do Sol.
Na altura do encontro com a Voyager 2, a característica mais proeminente em Neptuno era a Grande Mancha Escura no hemisfério Sul. Tem cerca de metade do tamanho da Mancha Vermelha de Júpiter (mais ou menos o mesmo diâmetro da Terra).
No entanto, observações com o Hubble em 1994 mostram que a Grande Mancha Escura desapareceu! Ou simplesmente se dissipou ou está permanentemente escondida por outras nuvens na atmosfera. Uns meses mais tarde o Hubble descobriu uma nova mancha escura, desta vez no hemisfério Norte de Neptuno. Isto indica que a sua atmosfera muda rapidamente, talvez devido às ligeiras mudanças na temperatura entre o topo e as partes mais baixas das nuvens.
Neptuno tem também anéis. As observações terrestres mostram apenas ténues arcos em vez de anéis completos, mas as imagens da Voyager 2 evidenciam o último caso, em adição a amontoados brilhantes. Um dos anéis parece ter uma estrutura entrelaçada.
Tal como Júpiter e Urano, os anéis de Neptuno são muito escuros mas a sua composição é ainda desconhecida.
O seu campo magnético, tal como o de Urano, é estranhamente orientado e provavelmente gerado pelos movimentos de materiais condutores (provavelmente água) nas suas camadas intermédias.
Neptuno tem 13 luas conhecidas; algumas já com nome, como o conhecido Tritão e outras, ainda não nomeadas, descobertas em 2002 e 2003.


Adaptado de Astronomia On-line