Tudo o que existe, e que está individualizado, precisa de se separar do meio exterior. Por exemplo, uma casa separa-se do meio externo por paredes, pelo piso e pelo tecto. Imagine agora uma célula sem uma membrana à sua volta. Como seria a sua composição? Certamente, semelhante àquela encontrada ao seu redor. Sem essa fronteira, provavelmente, a célula nem existiria. Assim, o papel principal da membrana plasmática é delimitar a célula, por outras palavras, separar o conteúdo citoplasmático do meio em que ela se encontra. Por isso, começaremos o nosso estudo colocando a seguinte questão:
Quais as substâncias que formam a membrana plasmática?
Antes de responder a esta pergunta é importante lembrar que tanto o interior da célula quanto o seu exterior possui grande quantidade de água. Todos sabemos o que acontece quando pinga uma gota de óleo sobre a água. O óleo não se mistura com a água. Os lipídos, substâncias oleosas, são as principais moléculas presentes na membrana plasmática e o facto dos mesmos não se misturarem com a água ajuda na separação da célula do seu meio externo. Os lipídos da membrana chamam-se fosfolipídos e organizam-se numa bicamada (duas camadas justapostas). Os fosfolipídos possuem uma cabeça polar, formada por fósforo (que pode ficar em contato com a água) e caudas apolares (que não tem afinidade por água) que ficam voltadas para o interior da membrana. Além dos fosfolipídos a membrana também possui proteínas, que funcionam como portas e janelas da célula, e açúcares ligados aos lipídos ou às proteínas. Ou seja, a composição da membrana plasmática ... é principalmente lipoprotéica ( lipídos + proteínas). O modelo mais aceite, actualmente, foi proposto por Singer e Nicholson e é conhecido como Modelo do Mosaico Fluido.
O que aconteceria à célula se a membrana plasmática não permitisse a passagem de nenhuma substância? Assim como, por exemplo, um carro precisa de portas para as pessoas entrarem e sairem, as células também possuem mecanismos que permitem a entrada e a saída de substâncias. Dizemos que a membrana plasmática selecciona a passagem destas substâncias e que ela possui, desta forma, uma permeabilidade selectiva. A camada fosfolipídica da membrana plasmática funciona como uma barreira fluida (maleável) que permite a passagem de substâncias diretamente através dela. Mas será que tudo consegue atravessar essa barreira fosfolipídica? A resposta é não. Atravessarão esta barreira apenas as substâncias que tenham afinidades com os lipídos, senão não se conseguiriam "misturar" com eles e atravessar a membrana. Por outro lado não são apenas as substâncias com afinidades com os lipídos que atravessam a membrana plasmática. As substâncias que não conseguem atravessar diretamente a camada fosfolipídica podem entrar ou sair da célula através das suas portas e janelas, que são as proteínas.
Adaptado de ColégioWEB
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