24 janeiro 2010

Argumentos do Evolucionismo

Argumentos de Anatomia Comparada
A anatomia comparada é o estudo comparativo da forma e estrutura em diferentes organismos, de modo a estabelecer relações de parentesco entre eles.
Os dados anatómicos que evidenciam as relações de parentesco entre as diferentes espécies de seres vivos são a existência de órgãos homólogos, análogos e vestigiais.

Órgãos Homólogos – têm o mesmo padrão anatómico básico, a mesma origem embrionária, podendo em diferentes seres vivos desempenhar funções diferentes. Estes órgãos têm, em diferentes organismos, a mesma organização estrutural, a mesma posição relativa, o que reflecte que divergiram do mesmo antepassado, adaptando-se posteriormente a diferentes ambientes ou nichos ecológicos. Reflectem, por isso, uma evolução divergente (Ex.: membros anteriores dos Vertebrados).
O conjunto ordenados de órgãos homólogos em diferentes organismos constitui uma Série Filogenética.
Órgãos análogos - têm difere. padrão anatómico básico, difere. origem embrionária, desempenhando em diferentes seres vivos a mesma função. Estes órgãos têm, em diferentes organismos, difere. organização estrutural, diferentes posições relativas, o que reflecte que evoluíram de antepassados diferentes, sendo órgãos puramente adaptativos, acomodando-se aos mesmos nichos ecológicos.
Reflectem, por isso, uma evolução convergente (Ex.: as asas dos insectos e das aves).

Órgãos Vestigiais – órgãos que foram de grande utilidade um antepassado mas que no presente têm uma função reduzida. O ambiente actuou no sentido regressivo, privilegiando os indivíduos que iam surgindo com esses órgãos cada vez mais reduzidos. Ao longo de milhões de anos tornaram-se rudimentares, vestigiais, isto é, não funcionais.

Argumentos Paleontológicos
O estudo do registo fóssil de espécies extintas (que não têm representes actuais, contrariando assim a imutabilidade das espécies, na medida em que levam a admitir que a Terra foi habitada, ao longo do tempo, por formas diferentes de seres vivos) permite a elaboração de fortes argumentos a favor do Evolucionismo. Para além de ter permitido pôr em causa a ideia da imutabilidade das espécies, permitiu definir percursos evolutivos de determinados grupos através do levantamento das modificações sofridas ao longo do tempo.
A descoberta de fósseis de transição ou formas sintéticas (corresponde a forma que possuíam características que correspondem, na actualidade, a dois grupos diferentes de organismos) tem permitido o estabelecimento de relações filogenéticas entre diferentes grupos actuais. Documentos que permitem concluir que as espécies não são independentes quanto à sua origem, contrariando as ideias fixistas (Ex.: Archaeopteryx, Pteridospérmicas, Ichtyostega).
Árvore filogenética é um diagrama com diferentes ramificações que têm em conta a origem dos grupos a partir de ancestrais comuns. Os ramos destas árvores assinalam o aparecimento de novas formas de seres vivos.

Argumentos Embriológicos
Em determinados grupos de animais, as relações de parentesco são mais facilmente percebidas na fase embrionária do que na fase adulta. Nas fases precoces do desenvolvimento embrionário, existem semelhanças entre os embriões das diferentes classes dos Vertebrados. Essas semelhanças podem ser explicadas se pensarmos que, no decorrer do processo embrionário, se esboça o plano estrutural básico do corpo que todos herdaram de um ancestral comum.
Haeckel forma a lei da recapitulação, segundo a qual a ontogenia é uma recapitulação da filogenia, ou seja, durante o desenvolvimento embrionário cada animal passa por fases que correspondem a fases adultas de espécies ancestrais. Esta interpretação, apesar de errada, veio sugerir uma forte relação entre ontogenia e filogenia. Quanto mais afastados filogeneticamente estiverem duas espécies, mais curtas são as fases embrionárias comuns e, pelo contrário, os seres mais aparentados apresentam estádios embrionários semelhantes
Mais tarde a hipótese de Haeckel foi conhecida Lei da biogenética. Esta lei baseou-se na premissa de que as mudanças evolutivas têm origem numa sucessiva adição de estádios.

Argumentos Biogeográficos
Estes argumentos, baseando-se na distribuição geográfica dos seres vivos, consideram dois casos distintos:
- a existência de seres vivos semelhantes em regiões muito afastadas.
Como exemplo, refira-se a semelhança existente na fauna e flora África e América do Sul e a existente na Ásia e na parte ocidental da América do Norte. Admite-se que outrora estes continentes estiveram unidos e que após a sua separação não se verificou divergência evolutiva, talvez porque as condições ambientais a que ambas as espécies ficaram sujeitas tivessem sido idênticas.
- a ocorrência de grande diversidade de seres vivos em zonas geograficamente próximas. É o caso, por exemplo, das tartarugas das ilhas Galápagos e pássaros do mesmo arquipélago: embora tenham derivado de antepassado comum, pensa-se que estes seres foram condições ambientais diferentes (pressões selectivas diferentes), o que levou a uma divergência evolutiva. Neste caso particular, a divergência originou mais do que duas espécies diferentes, falando-se em radiação adaptativa.

Argumentos Citológicos
Consiste na constatação de que todos os organismos são constituídos pelas mesmas unidades básicas: as células. A uniformidade dos processos e mecanismos celulares pressupõe também uma unidade evolutiva (Ex.: as semelhanças entre a estrutura das membranas sobre o processo de divisão celular).

Argumentos Bioquímicos
Os argumentos bioquímicos são baseados no facto de:
- todos os seres vivos serem constituídos pelos mesmos tipos de biomoléculas (proteínas, lípidos, glícidos: ácidos nucleicos, aminoácidos, água e sais minerais)
- os mecanismos básicos serem idênticos em todos os seres, a nível (código genético, síntese proteica, etc.).

A fim de se estabelecerem relações filogenéticas entre os seres vivos, é necessário proceder à análise de proteínas, a comparações entre os seus DNA e à Quantificação das reacções imunológicas.
Análise de proteínas - podem-se estabelecer diferentes quer no número, quer tipo e disposição dos aminoácidos. Assim, quanto mais semelhantes forem as proteínas das duas espécie, mais aparentadas elas são, isto é, menor é a distância filogenéticas entre as espécies.

Comparação entre as moléculas de DNA – recorrendo à técnica de hibridação do DNA, pode-se inferir acerca da proximidade filogenética: assim, quanto maior for o grau de hibridação de DNA em diferentes espécies, maior é o grau de parentesco.

Quantificação das reacções imunológicas – procede-se a testes serológicos, que têm a finalidade de avaliar a taxa de reacção imunológica em diferentes espécies. O sistema imunitário reage à introdução de substâncias estranhas, produzindo anticorpos. Estes determinam fenómenos de aglutinação, formando compostos insolúveis (antigene-anticorpos), tomando os antígenes inofensivos.
Pode-se determinar o grau de parentesco entre as espécies através das reacções de aglutinação (precipitação de proteínas) e deduzir sobre o processo evolutivo. Assim, quanto mais elevada for a precipitação de proteínas, maior é o grau de parentesco.
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