Desde as épocas mais distantes que os seres vivos são classificados com base em critérios de interesse ou utilidade para o Homem, relacionados principalmente com o seu uso alimentar, terapêutico ou defensivo. Certas plantas, por exemplo, foram classificadas como comestíveis, medicinais ou venenosas.
O desenvolvimento social, com os seus progressos científicos e tecnológicos, aumentou de forma considerável os conhecimentos sobre os organismos, tornando-se a sua classificação uma tarefa bastante complexa que, actualmente, se integra numa área das ciências biológicas denominada Sistemática, a qual integra conhecimentos de Taxonomia e de Biologia Evolutiva.
Ao longo dos tempos os sistemas de classificação que tem vindo a ser utilizados são os seguintes:
Empíricos – os seres são agrupados de acordo com o seu interesse e utilidade para o Homem, segundo critérios práticos e arbitrários. Este tipo de sistema de classificação é empírico, uma vez que não segue um raciocínio científico e persiste desde os tempos pré-históricos até à actualidade.
Racionais – efectuados inicialmente por Aristóteles, tem por base a análise das características estruturais dos seres vivos. Dentro destes sistemas podemos considerar os Horizontais e os Verticais.
Horizontais – Não tem em conta a evolução dos organismos nem o factor tempo. As primeiras classificações deste tipo, denominavam-se artificiais porque se baseavam num número muito restrito de características, formando grupos muito heterogéneos, como por exemplo, serem de sangue quente ou frio, ou ocuparem o meio aéreo, aquático ou terrestre, segundo Aristóteles.
Os sistemas naturais, ao contrário dos anteriores, são elaborados tendo em conta um elevado número de características. Desenvolveram-se nos séculos após os Descobrimentos com o aumento significativo do número de espécies que se tornavam conhecidas.
No séc. XVIII, Lineu desenvolveu um sistema de classificação racional (artificial), o qual denominou Systema Naturae (1758). Este naturalista era um fixista convicto, considerando que o número de espécies era fixo e inalterável ao longo do tempo. Confrontado com a existência de fósseis de organismos já desaparecidos, defendia que os mesmos eram evidências de seres que tinham sido criados no início dos tempos e se tinham extinguido. No sistema artificial de Lineu as plantas eram classificadas de acordo com o número e a localização de estames na flor. No que respeita aos animais, a sua classificação não diferia muito da de Aristóteles.
Apenas em finais do séc. XIX, suportados pela teoria evolucionista de Darwin, os sistemas de classificação passaram a reflectir a história evolutiva dos organismos, tendo em conta o factor tempo. Estas classificações verticais também podem ser denominadas por filogenéticas ou evolutivas.
As árvores filogenéticas, de leitura vertical, relacionam os indivíduos entre si e com o ancestral, expressando os momentos de divergência. Dão uma perspectiva filogenética de evolução a partir de um antepassado comum.
As primeiras árvores filogenéticas foram elaborados com base no estudo anatómico, comparando, comparando diferentes espécies. No entanto este estudo apresentou as seguintes limitações:
- a falta de um registo fóssil completo, ou mesmo a inexistência de fósseis, dificulta o reconhecimento do ancestral e a construção de árvores e séries filogenéticas;
- a ocorrência de fenómenos evolutivos de convergência, ao permitir o surgimento de órgãos análogos, faz com que as espécies que não se encontram evolutivamente relacionadas possuam anatomias por vezes semelhantes, conduzindo à percepção de relações filogeneticamente incorrectas;
- a ocorrência de fenómenos de divergência, em que a ocupação de diferentes habitats pode conduzir a alterações morfológicas nos organismos. Se estes forem evolutivamente próximos, a sua relação evolutiva pode não ser detectada pela análise da anatomia.
No séc. XX, a Teoria Cromossómica da Hereditariedade (1920), a par com o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (microscopia electrónica, técnicas de manipulação do material genético, etc. ) influenciaram a Sistemática. Esta passou a dispor de novos dados, nomeadamente, genéticos, citológicos e bioquímicos.
Os conceitos de população e de fundo genético também passaram a ser considerados como elementos importantes na classificação dos seres vivos. Actualmente, existem duas escolas principais de classificação: a fenética e a filética.
A classificação fenética baseia-se:
- nas semelhanças fenotípicas entre os organismos;
- em características objectivas e facilmente identificáveis;
- na identificação rápida dos seres vivos, não tendo em consideração a filogenia evolutiva;
- em dados que não consideram o factor tempo;
- em representações dadas por chaves dicotómicas, nas quais o comprimento dos traços não simboliza o tempo decorrido após a divergência nem o local de bifurcação no momento da divergência.
A classificação filética baseia-se:
- na relação evolutiva dos organismos;
- em argumentos paleontológicos, genéticos, citológicos e bioquímicos;
- em dados dinâmicos que consideram o factor tempo;
- em representações dadas por cladogramas onde estão assinalados os pontos de divergência entre as espécies, sendo o comprimento dos traços proporcional ao tempo decorrido entre cada divergência.
Adaptado de Biodesafios
O desenvolvimento social, com os seus progressos científicos e tecnológicos, aumentou de forma considerável os conhecimentos sobre os organismos, tornando-se a sua classificação uma tarefa bastante complexa que, actualmente, se integra numa área das ciências biológicas denominada Sistemática, a qual integra conhecimentos de Taxonomia e de Biologia Evolutiva.
Ao longo dos tempos os sistemas de classificação que tem vindo a ser utilizados são os seguintes:
Empíricos – os seres são agrupados de acordo com o seu interesse e utilidade para o Homem, segundo critérios práticos e arbitrários. Este tipo de sistema de classificação é empírico, uma vez que não segue um raciocínio científico e persiste desde os tempos pré-históricos até à actualidade.
Racionais – efectuados inicialmente por Aristóteles, tem por base a análise das características estruturais dos seres vivos. Dentro destes sistemas podemos considerar os Horizontais e os Verticais.
Horizontais – Não tem em conta a evolução dos organismos nem o factor tempo. As primeiras classificações deste tipo, denominavam-se artificiais porque se baseavam num número muito restrito de características, formando grupos muito heterogéneos, como por exemplo, serem de sangue quente ou frio, ou ocuparem o meio aéreo, aquático ou terrestre, segundo Aristóteles.
Os sistemas naturais, ao contrário dos anteriores, são elaborados tendo em conta um elevado número de características. Desenvolveram-se nos séculos após os Descobrimentos com o aumento significativo do número de espécies que se tornavam conhecidas.
No séc. XVIII, Lineu desenvolveu um sistema de classificação racional (artificial), o qual denominou Systema Naturae (1758). Este naturalista era um fixista convicto, considerando que o número de espécies era fixo e inalterável ao longo do tempo. Confrontado com a existência de fósseis de organismos já desaparecidos, defendia que os mesmos eram evidências de seres que tinham sido criados no início dos tempos e se tinham extinguido. No sistema artificial de Lineu as plantas eram classificadas de acordo com o número e a localização de estames na flor. No que respeita aos animais, a sua classificação não diferia muito da de Aristóteles.
Apenas em finais do séc. XIX, suportados pela teoria evolucionista de Darwin, os sistemas de classificação passaram a reflectir a história evolutiva dos organismos, tendo em conta o factor tempo. Estas classificações verticais também podem ser denominadas por filogenéticas ou evolutivas.
As árvores filogenéticas, de leitura vertical, relacionam os indivíduos entre si e com o ancestral, expressando os momentos de divergência. Dão uma perspectiva filogenética de evolução a partir de um antepassado comum.
As primeiras árvores filogenéticas foram elaborados com base no estudo anatómico, comparando, comparando diferentes espécies. No entanto este estudo apresentou as seguintes limitações:
- a falta de um registo fóssil completo, ou mesmo a inexistência de fósseis, dificulta o reconhecimento do ancestral e a construção de árvores e séries filogenéticas;
- a ocorrência de fenómenos evolutivos de convergência, ao permitir o surgimento de órgãos análogos, faz com que as espécies que não se encontram evolutivamente relacionadas possuam anatomias por vezes semelhantes, conduzindo à percepção de relações filogeneticamente incorrectas;
- a ocorrência de fenómenos de divergência, em que a ocupação de diferentes habitats pode conduzir a alterações morfológicas nos organismos. Se estes forem evolutivamente próximos, a sua relação evolutiva pode não ser detectada pela análise da anatomia.
No séc. XX, a Teoria Cromossómica da Hereditariedade (1920), a par com o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (microscopia electrónica, técnicas de manipulação do material genético, etc. ) influenciaram a Sistemática. Esta passou a dispor de novos dados, nomeadamente, genéticos, citológicos e bioquímicos.
Os conceitos de população e de fundo genético também passaram a ser considerados como elementos importantes na classificação dos seres vivos. Actualmente, existem duas escolas principais de classificação: a fenética e a filética.
A classificação fenética baseia-se:
- nas semelhanças fenotípicas entre os organismos;
- em características objectivas e facilmente identificáveis;
- na identificação rápida dos seres vivos, não tendo em consideração a filogenia evolutiva;
- em dados que não consideram o factor tempo;
- em representações dadas por chaves dicotómicas, nas quais o comprimento dos traços não simboliza o tempo decorrido após a divergência nem o local de bifurcação no momento da divergência.
A classificação filética baseia-se:
- na relação evolutiva dos organismos;
- em argumentos paleontológicos, genéticos, citológicos e bioquímicos;
- em dados dinâmicos que consideram o factor tempo;
- em representações dadas por cladogramas onde estão assinalados os pontos de divergência entre as espécies, sendo o comprimento dos traços proporcional ao tempo decorrido entre cada divergência.
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