Na década de 90, Carl Woese, Otto Kandler e Marck Whellis, investigadores do Departamento de Microbiologia da Universidade de Illinois (EUA), usaram uma técnica inovadora que lhes permitiu comparar sequências nucleotídicas de DNA codificante para o RNA ribossomal . Através dos resultados obtidos puderam construir uma árvore filogenética baseada em critérios moleculares muito precisos e fidedignos, ao nível do genoma, e concluir que os procariontes não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo. Pelo contrário, verificou-se que são um grupo muito diversificado que pode ser subdividido em dois grupos, com base em argumentos bioquímicos e ecológicos. Como tal propuseram a classificação dos seres vivos em três domínios:
Eukarya - Inclui todos os eucariontes (protoctistas, fungos, plantas e animais).
Archaebacteria- Inclui procariontes que vivem em condições ambientais extremas (extremófilos), temperaturas muito elevadas ou valores extremos de pH.
Eubacteria - Inclui os procariontes mais comuns e que existem com maior dispersão na Natureza.
Archaebacteria e Eubacteria são muito semelhantes do ponto de vista morfológico; porém, técnicas avançadas de análise molecular permitiram encontrar diferenças importantes entre elas. Uma dessas diferenças reside na constituição química da parede celular. Apesar de diversas arqueas não apresentarem parede celular, nas espécies onde ela existe ela é constituída por polissacarídeos e proteínas e nunca por peptidoglicanos, constituintes típicos da parede celular das bactérias. A diferença mais marcante entre arqueas e bactérias está na organização e funcionamento dos seus genes. Curiosamente, verificou-se maior semelhança entre determinadas sequências nucleotídicas encontradas em arqueas e organismos eucariotas, do que na informação genética das bactérias.
Informações recentes mostram que as arqueas estão evolutivamente mais relacionadas com os organismos eucariontes do que com as bactérias. Isso significa que no início da vida na Terra um grupo de organismos primitivos dividiu-se em dois, um deles dando origem às bactérias actuais e, de seguida, o outro grupo também se diversificou em dois: um dando origem as arqueas e, o outro, aos eucariotas.
Adaptado de Biodesafios e de Amabis e Martho
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