25 março 2010

Rochas Sedimentares

As rochas sedimentares constituem apenas 5 a 10% do volume total da crusta terrestre. No entanto são as mais abundantes superficialmente, formando uma cobertura de sedimentos que se originam pela meteorização das rochas pré-existentes (magmáticas, metamórficas e sedimentares) cobrindo, aproximadamente, 75% da superfície terrestre.

A meteorização das rochas preexistentes corresponde à primeira etapa de formação das rochas sedimentares. Após a meteorização das rochas , estas tendem a ser sujeitas à erosão, formando sedimentos que são frequentemente transportados por diversos agentes para outros locais. As bacias oceânicas ou grandes zonas de depressão na crosta continental são os principais de deposição de sedimentos. Nestes pode ocorrer diagénese, quando estão sujeitas a afundamento, e originar uma rocha sedimentar coerente.

As rochas sedimentares tendem a depositar-se em estratos ou camadas contendo, frequentemente, fósseis. Funcionam assim como verdadeiros arquivos históricos da Terra, cujo estudo permitirá conhecer melhor os acontecimentos que marcaram a história geológica do nosso planeta. Com a datação das rochas e do seu conteúdo fossilífero é possivel construir uma escala de tempo geológico.

A formação das rochas sedimentares encontra-se associada a todos os tipos de rochas que são expostas à superfície ou perto desta, em condições de temperatura e pressão diferentes daquelas em que se originaram. Muitos minerais que constituem estas rochas tornam-se instáveis e formam novos minerais, mais estáveis para condições superficiais, que vão constituir as rochas sedimentares. Este processo contínuo de formação ocorre ao longo de várias etapas.

Como a maioria das rochas se forma em profundidade, sob o efeito de elevadas temperaturas e pressões, quando ascendem à superfície (por remoção das camadas superiores, por erosão ou reajustamentos isostáticos da crusta terrestre) ficam sujeitas a diferentes condições de pressão e temperatura e em contacto com a água e o ar. As rochas sofrem assim desintegração e desagregação. A meteorização pode ser mecânica ou química e não implica qualquer transporte de material. Porém, os produtos que se geram com a meteorização química e física são removidos do local de formação pelos agentes da erosão ou transporte como a água, vento e o gelo.

Após a formação dos sedimentos detríticos e químicos (que podem também ter origem biológica), pela acção da meteorização e erosão, estes podem ser transportados até ao momento em que ocorre a deposição por diversos agentes de transporte, nomeadamente: a gravidade, a água, o gelo (glaciares) e o vento.

Quando a energia do agente de transporte não é suficiente para transportar as partículas detríticas, ocorre a sua depositação (sedimentação) sob o efeito da gravidade. No entanto, no caso dos sedimentos químicos e bioquímicos a depositação ocorre por precipitação, quando as condições do meio aquoso variam (temperatura, salinidade, composição, etc).

A maioria dos sedimentos detríticos e químicos são transportados para os oceanos, que constituem as principais bacias de deposição. A acumulação sucessiva e contínua de sedimentos provoca uma compactação das camadas inferiores e mais antigas que ficam sujeitas a uma maior pressão por efeito do peso das camadas superiores. Os sedimentos não consolidados são sujeitos a afundamento e o seu volume pode ser reduzido até 40%, expulsando elevados volumes de água que se encontrava nos poros.

O afundamento está associado à diagénese das rochas sedimentares consolidadas, que envolve diversas modificações físicas e químicas, ligadas, principalmente, ao aumento da pressão e da temperatura. As elevadas temperaturas (aos 4 Km de profundidade superam os 120ºC) permitem a ocorrência de reacções entre os minerais e a água presente nos interstícios dos sedimentos, formando uma rocha sedimentar consolidada.

Um processo importante na diagénese é a cimentação de novos minerais que permitem preencher os poros dos sedimentos, unindo as diferentes partículas, aumentando a consolidação (litificação) da rocha. Os cimentos mais comuns são a calcite e a sílica. A cimentação resulta numa diminuição da porosidade. Após a precipitação muitos dos minerais recristalizam, originando novos minerais mais estáveis para condições de pressão e temperatura superiores.

Biodesafios

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