Mecanismo de transporte da seiva bruta
Há três factores associados na condução da seiva bruta ao longo do corpo de uma planta:
Pressão radicular, fenómenos de capilaridade nos vasos lenhosos e tensão nas folhas.
A pressão radicular manifesta-se pela força de entrada da água, neste órgão, por osmose, elevando a coluna líquida já existente no xilema. Este fenómeno, porém, não existe em todas as plantas, e quando se verifica nem sempre permite explicar a chegada da seiva bruta à parte superior das mesmas. É mais fácil de verificar em plantas herbáceas e arbustos de pequeno porte, dando origem a fenómenos de gutação (ver figura) ou exsudação.
A capilaridade é a tendência natural da água subir em canais muito estreitos devido à adesão das moléculas de água nas suas paredes. Mas, é a sucção gerada nas folhas a força realmente capaz de fazer a seiva bruta subir pelo xilema até ao topo das árvores.
Dixon elaborou a teoria da tensão-coesão-adesão, a mais aceita hoje para explicar a ascensão da seiva bruta. Segundo esta, a perda de água por transpiração nas folhas gera uma força de tensão sobre as moléculas de água no xilema. Como essas moléculas possuem coesão (uma força de atração devida à interação por pontes de hidrogénio), uma puxa a outra e a coluna de água ascende dentro de cada vaso. Dessa forma concluir-se que quanto maior for a transpiração da planta, maior será a absorção de seiva bruta na raiz e sua velocidade de condução pelo xilema sob uma pressão negativa (tensão). Fica evidente a importância do reforço de lenhina nas paredes dos elementos de vaso para impedir o colapso dos mesmos submetidos à força de tensão. Se fossem moles, as células teriam tendência a unir as suas paredes, o que interromperia a passagem da seiva.
Mecanismo de transporte da seiva elaborada
Ernst Münch elaborou, em 1930, a teoria do fluxo de massa, a mais aceite actualmente para explicar o transporte de seiva elaborada sob pressão no floema. Segundo esta, a água da seiva bruta que chega pelo xilema ao órgão de maior pressão osmótica (geralmente, a folha) penetra nos tubos crivosos por osmose, empurrando a massa de seiva elaborada neles presente em direcção ao órgão de menor pressão osmótica (geralmente, a raiz).
A translocação ao longo do floema não envolve gastos de energia.
De uma forma sintética a hipótese do fluxo de massa acenta no seguinte:
- Síntese de açúcares nas células da folha (glicose e frutose) formando sacarose;
- Passagem da sacarose, por intermédio das células companhia, para os tubos crivosos por transporte activo (contra o gradiente de concentração)
- Entrada de água, por osmose, nos tubos crivosos;
- Turgescência nas células dos tubos crivosos, promovendo o transporte da seiva elaborada (água e acúcares) para os locais de consumo (caule, frutos e raízes);
- Passagem da sacarose para os locais de consumo, por vezes com gasto de energia, e seu armazenamento ou consumo, principalmente, na forma de amido;
- Diminuição da sacarose nos locais de consumo, provocando saída de água dos tubos crivosos que regressa de novo ao xilema por osmose.
Adaptado de Passeiweb
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