26 março 2009

Marte - O Planeta Vermelho

Marte é o quarto planeta do sistema solar.
Marte (grego: Ares) é o deus da Guerra. O planeta provavelmente recebeu este nome devido à sua cor vermelha, daí ser geralmente chamado de Planeta Vermelho. O nome do mês Março deriva de Marte.
Marte é conhecido desde os tempos pré-históricos. É ainda o favorito dos escritores de ficção científica como o mais favorável lugar no Sistema Solar (além da Terra!) para a moradia humana. Mas os famosos "canais" "vistos" por Lowell e outros eram, infelizmente, tão imaginários quanto as just as imaginary as princesas Barsoomianas.

A primeira nave espacial a visitar Marte foi a Mariner 4 em 1965. Algumas outras a seguiram incluindo a Mars 2, a primeira a pousar em Marte e duas sondas Viking em 1976.
Após 20 anos, em 1997, a Mars Pathfinder pousou com sucesso em Marte e, em 2004, a Expedição dos Exploradores de Marte "Spirit" e "Opportunity" pousaram em Marte transmitindo para a Terra dados geológicos e muitas imagens. Em 2008, a Phoenix pousou nas planícies do norte em busca de água e, três orbitadores (Mars Reconnaissance Orbiter, Mars Odyssey, e Mars Express) estão também atualmente em operação.
A órbita de Marte e significativamente elíptica. Um resultado disto é a variação de temperatura de aproximadamente 30º C no ponto subsolar entre o afélio e o periélio. Isto tem uma grande influência no clima de Marte. Enquanto a temperatura média em Marte é de cerca -55ºC as temperaturas na superfície Marciana variam amplamente, desde -133ºC, no inverno polar, até quase 27ºC, no lado do dia durante o verão.
Embora Marte seja muito menor que a Terra, sua área de superfície é quase a mesma que a área de superfície de terra na Terra.
Com excepção da Terra, Marte é o planeta que tem a mais variada e interessante superfície de qualquer dos planetas terrestres, algumas delas absolutamente espetaculares:
O Monte Olimpo: a mais alta montanha do Sistema Solar alcançando 24 km acima da planície em volta e com uma base com mais que 500 km de diâmetro e é rodeada por um penhasco de 6 km de altura.
Tharsis: uma gigantesca cordilheira na superfície marciana que tem cerca de 4.000 km de extensão e 10 km de altura.

Valles Marineris: um sistema de canyons com 4.000 km de extensão e entre 2 e 7 km de profundidade.
Cratera Hellas: uma cratera de impacto no hemisfério sul com cerca de 6 km de profundidade e 2.000 km de diâmetro. Grande parte da superfície Marciana é muito antiga e com crateras, mas existem também muitos vales, cadeias de montanhas, colinas e planícies mais recentes.
No hemisfério sul de Marte predominam áreas montanhosas, com muitas crateras, e terrenos semelhantes aos da Lua. Por outro lado, a maioria do hemisfério norte apresenta planícies que são muito jovens, de baixa elevação e com uma história geológica mais complexa. Uma abrupta mudança de elevação de alguns quilômetros parece ocorrer na fronteira. As razões para esta dicotomia global e mudança abrupta são desconhecidas (alguns especulam que isto foi devido a um impacto muito grande logo após a formação de Marte).


O interior de Marte só é conhecido pela inferência dos dados sobre a superfície e o volume de dados do planeta. O mais provável cenário é conter um núcleo denso com cerca de 1.700 km de raio, um manto de rocha derretida de alguma forma mais denso que o da Terra e uma fina crosta. Dados da Mars Global Surveyor indicam que a crosta de Marte tem cerca de 80 km de espessura no hemisfério sul mas somente cerca de 35 km de espessura no norte. A baixa densidade de Marte comparada aos outros planetas telúricos indica que o seu núcleo contém, provavelmente, uma porção relativamente grande de enxofre associado a ferro (ferro e sulfito de ferro).
Assim como Mercúrio e a Lua, Marte parece não ter placas tectónicas activas actualmente; não há evidência de movimentos horizontais recentes na superfície, tais como as montanhas enrugadas tão comuns na Terra. Sem os movimentos laterais das placas, os pontos quentes e fixos abaixo da crosta, podem explicar a cordilheira Tharsis com os seus enormes vulcões, embora, também, não haja evidências actuais de atividade vulcânica. Mas existe uma nova evidência da Mars Global Surveyor que Marte pode ter tido atividade tectónica nos primórdios, evidenciando aspectos comparativos com a Terra muito interessantes.
Há claras evidências de erosão em muitos lugares de Marte incluindo grandes inundações e pequenos sistemas de rios. Há evidências de em épocas passadas terem ocorrido fluidos na sua superfície. A água líquida é o mais óbvio fluido mas outras possibilidades existem. Podem ter havido grandes lagos ou mesmo oceanos; evidência que foi reforçada por algumas belas imagens de terrenos estratificados tiradas pela Mars Global Surveyor. Mas parece que isto ocorreu num curto período e há muito tempo atrás; a época dos canais de erosão é estimada em aproximadamente 4 bilhões de anos. O grande Valle Marineris não foi criado por água corrente, mas pelo afastamento e abertura da crosta associada à criação da cordilheira Tharsis.
No início de sua história, Marte era muito mais parecido com a Terra. Assim como na Terra a maior parte do seu dióxido de carbono foi usado para criar rochas de carbonato (calcários). Mas por não existir actividade tectónica, Marte tornou-se incapaz de reciclar o seu dióxido de carbono de volta para a atmosfera, não conseguindo manter um efeito estufa significativo (apenas consegue elevar a temperatura em 5 graus K). A superfície de Marte é então muito mais fria do que a Terra seria se estivesse naquela distância do Sol.
Marte tem uma atmosfera muito rarefeita composta principalmente de uma pequena quantidade de dióxido de carbono, azoto, argón, traços de oxigênio e água. A pressão média na superfície de Marte é de somente cerca de 7 millibars (menos que 1% da Terra), mas isto varia muito com a altitude, desde quase 9 millibars nas mais profundas crateras até 1 millibar no topo do Monte Olimpo. Na atmosfera marciana ocorrem, em certas ocasiões, ventos muito poderosos e vastas tempestades de poeira que engolem o planeta inteiro por meses.

Marte tem calotes de gelo em ambos os pólos compostas de água congelada e dióxido de carbono sólido ("gelo seco"). As calotes de gelo exibem uma estrutura em camadas alternadas de gelo com diferentes concentrações de poeira escura. Pode também existir gelo escondido abaixo da superfície em baixas latitudes.
As sondas Viking realizaram experiências para determinar a existência de vida em Marte. Os resultados foram, na altura, um pouco ambíguos mas muitos cientistas acreditam agora que eles não mostraram evidência de vida em Marte (existe, porém, alguma controvésia). Optimistas a favor da presença de vida acham que foram examinadas poucas amostras e de locais pouco favoráveis. Mais investigações, nesse sentido, serão conduzidas em futuras missões a Marte. Se há ou houve vida em Marte, nós ainda não encontramos.
Campos magnéticos ténues, extensos, mas não globais existem em várias regiões de Marte. Esta descoberta inesperada foi feita pela Mars Global Surveyor alguns dias após ter entrado na órbita de Marte. Eles são provavelmente remanescentes de um campo global antigo que tem vindo a desaparecer. Este facto pode ter importantes implicações na estrutura interna de Marte, com a história passada da sua atmosfera e, por conseguinte, com a possibilidade de existência de vida no passado.
Quando está no céu noturno, Marte é facilmente visível a olho nu. O seu brilho aparente varia muito de acordo com a sua posição relativa à Terra. Marte tem dois pequenos satélites que orbitam muito próximos da sua superfície: Deimos e Phobos.

Adaptado de - Os Nove Planetas Online

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