23 março 2009

A Terra - Planeta Azul

A Terra é o terceiro planeta a contar do Sol e o quinto maior.
É o único planeta cujo nome não deriva da mitologia Grega/Romana. O seu nome tem origem Inglesa e Germânica. Na mitologia Romana, a deusa da Terra era Tellus - o solo fértil e na Grécia era Gaia, terra mater - Mãe Terra). Foi só na altura de Copérnico (século XVI) que se compreendeu que a Terra é apenas mais um planeta.
A Terra, claro, pode ser estudada sem a ajuda de satélites. No entanto, foi só no século XX que tivemos mapas do planeta inteiro. Foram tiradas fotografias do espaço, de grande importância e ajuda, principalmente para a meteorologia, especialmente para seguir e prever furacões. E são também, extremamente, bonitas.
A Terra está dividida em várias camadas com propriedades químicas e sísmicas muito variáveis, são elas a crusta, o manto e o núcleo.
A crusta terrestre varia, consideravelmente, em espessura, sendo mais fina debaixo dos oceanos ( crusta oceânica - natureza basáltica) e mais espessa por baixo dos continentes (crusta continental - natureza granítica). O núcleo interior e a crosta são sólidos; o núcleo exterior e o manto apresentam maior plasticidade ou são semi-fluidos.
As várias camadas estão separadas por descontinuidades que são evidentes com base em dados sísmicos; a mais conhecida é a descontinuidade de Mohorivicic (Moho) entre a crosta e a parte superior do manto.
A maioria da massa terrestre está no manto, estando quase todo o resto no núcleo; a parte que habitamos é apenas uma pequena fracção do todo.
O núcleo é provavelmente composto na sua maioria por uma liga de ferro/níquel, embora seja possível que existam alguns elementos mais leves. As temperaturas no centro do núcleo podem chegar aos 7500 K, mais quentes que a superfície do Sol. O manto inferior é provavelmente formado por rochas com silício, magnésio, oxigénio e ainda ferro, cálcio e alumínio. O manto superior é composto por olivinas e piroxenas (silicatos de ferro/magnésio com algum cálcio e alumínio). Sabemos isto através de métodos indirectos (actividade sísmica) ou directos (análise de amostras do manto superior que chegam à superfície na forma de lava dos vulcões) mas a maioria da Terra está inacessível.
A Terra é o corpo mais denso do sistema solar.
Os outros planetas terrestres (telúricos) têm, provavelmente, estruturas e composição semelhantes, com apenas algumas diferenças: a Lua tem um núcleo pequeno e Mercúrio tem um núcleo extra-largo (relativamente ao seu diâmetro); os mantos de Marte e da Lua são muito espessos; a Lua e Mercúrio poderão não ter crostas quimicamente distintas; a Terra poderá ser o único planeta com um núcleo interior e exterior. No entanto é de notar que o nosso conhecimento dos planetas interiores, e da própria Terra, é na sua maioria teórico. Ao contrário dos outros planetas terrestres, a crosta da Terra está dividida em várias e sólidas placas separadas que flutuam independentemente por cima do manto quente. A teoria que descreve este fenómeno é conhecida como placas tectónicas. É caracterizada por dois grandes processos: extensão e subducção. A extensão ocorre quando duas placas se afastam uma da outra e nova crusta é criada pelo magma que sobe. A subducção ocorre quando duas placas colidem e uma mergulha sob a outra, acabando a primeira por ser destruída pelo manto.

A superfície da Terra é muito jovem. No relativamente pequeno (por padrões astronómicos) período de mais ou menos 500 M.a anos a erosão ou os processos tectónicos destroem e recriam a maioria da superfície da Terra, eliminando assim quase todos os traços de actividade geológica anterior (tal como crateras de impacto). Sendo assim, o princípio da história da Terra foi praticamente apagado. A Terra tem entre 4.5 e 4.6 biliões de anos, mas as rochas mais antigas conhecidas têm cerca de 4 biliões (e as rochas com mais de 3 biliões de anos são raras). Não existem vestígios do período real em que a vida começou a manifestar-se.

Cerca de 71% da superfície da Terra está coberta de água. É o único planeta do Sistema Solar onde a água existe no seu estado líquido à superfície (embora possa haver metano líquido na superfície de Titã ou água líquida por baixo da superfície de Europa). A água líquida é essencial à vida tal como a conhecemos. A capacidade calorífica dos oceanos é também muito importante ao manter a temperatura da Terra relativamente estável. A água líquida é também responsável pela maioria da erosão e pelo desgaste dos continentes da Terra, um processo hoje único no Sistema Solar (embora possa ter ocorrido em Marte no passado).
A atmosfera da Terra é composta por: 77% de azoto, 21% de oxigénio, com traços de árgon, dióxido de carbono e água. Provavelmente existiu uma maior quantidade de dióxido de carbono na atmosfera da Terra, quando era mais jovem, mas desde aí foi quase todo incorporado nas rochas carbonatadas - calcários -, quando dissolvido (embora em menos quantidade) nos oceanos ou utilizado, por plantas ou algas, através da fotossíntese. Os processos geológicos e biológicos tem mantido, durante milhões de anos, um ciclo contínuo de dióxido de carbono no meio ambiente. A presença de CO2 na atmosfera é extremamente importante para a manutenção da temperatura à superfície da Terra através do efeito de estufa. Este efeito faz subir a temperatura até mais ou menos 35ºC acima dos que existiriam sem a sua presença (de uns frios -21º C até uns confortáveis +14º C); sem ele os oceanos congelariam e a vida tal como a conhecemos seria impossível.
A presença de oxigénio livre na atmosfera terrestre é também muito importante. A sua presença é devida e mantida através de processos biológicos. Sem vida não haveria oxigénio livre.

Figura: À esquerda toda a água da terra representada numa esfera. Inclui oceanos, glaciares, lagos, rios, água subterrânea e núvens - 1.4087 mil milhões de quilómetros cúbicos.
À direita todo o ar na atmosfera junta numa bola - 5140 triliões de quilómetros quadrados. Tudo tão frágil, não é?

A interacção da Terra e da Lua faz diminuir a rotação da Terra cerca de 2 milissegundos por século. Pesquisas recentes indicam que há 900 milhões de anos atrás existiam 481 dias de 18 horas de duração num ano.
A Terra apresenta um campo magnético que se pensa ter origem em correntes eléctricas produzidas no núcleo exterior. Pela interacção com o vento solar, o campo magnético terrestre e as camadas mais altas da atmosfera da Terra causam as auroras. Irregularidades nestes factores fazem com que os pólos magnéticos se movam e até invertam o seu percurso relativamente à superfície.
A Terra tem apenas um satélite natural, a Lua. Apesar de existirem, actualmente, milhares de pequenos satélites artificiais que foram postos na órbita da Terra.
Os asteróides 3753 Cruithne e 2002 AA29 tem relações orbitais complicadas com a Terra; não são na realidade luas, o termo melhor aplicado será "companheiros". É algo semelhante à situação com as luas de Saturno, Jano e Epimeteu.
Adaptado de Astronomia On-line

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